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Capítulo 4 - Porto Alegre/RS
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O ABSURDO DA VIDA SEM DEUS

"O homem - escreve Loren Eisley - é o órfão cósmico." Ele é a única criatura no universo que pergunta: “Por quê?" Os outros animais têm instintos para guiá-los, mas o ser humano aprendeu a fazer perguntas. “Quem sou eu?” - ele pergunta. “Por que estou aqui? Para onde estou indo?”

Desde o iluminismo, quando o homem moderno se desvencilhou das amarras da religião, ele tentou responder a essas perguntas sem fazer referência a Deus. Mas as respostas que vieram não foram alegres, mas escuras e terríveis: “Você é o subproduto acidental da natureza, um resultado de matéria + tempo + acaso. Não há razão para a sua existência. Tudo o que você tem pela frente é a morte.”

O homem moderno pensou que, se livrando de Deus, ele havia se libertado de tudo que o sufocava e reprimia. Em vez disso, descobriu que, ao matar Deus, ele apenas havia conseguido se orfanar. Isso porque, se não há Deus, a vida humana é absurda. É sem significado fundamental, sem valor fundamental e sem propósito fundamental. Eu gostaria que olhássemos cada um desses pontos nessa noite.

Primeiro, a vida é sem significado fundamental.
Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu ou não? Pode ser dito que sua vida foi importante porque influenciou outros ou afetou o curso da história.

Mas isso mostra apenas um significado relativo da sua vida, não um sentido fundamental. Se todos os acontecimentos são, no final, sem sentido, que sentido há em influenciar qualquer um deles? A humanidade está destinada apenas a perecer na eventual morte incandescente do Universo. E, assim, as contribuições da ciência para os avanços do conhecimento humano, os esforços dos médicos para aliviar dor e sofrimento, os esforços dos diplomatas para manter a paz no mundo, os sacrifícios de pessoas boas no mundo todo para melhorar a sorte da raça humana, no final, tudo isso resulta em nada, não faz nenhuma diferença, nem um pouquinho.

Por isso, a vida de cada pessoa não tem sentido fundamental. E, se nossas vidas não têm sentido, as atividades com que as preenchemos também não têm sentido. As longas horas gastas em estudo na universidade, nossas amizades, nossos interesses, nossos empregos, nossos relacionamentos - tudo isso é, em última análise, totalmente sem sentido.

Esse é o horror do homem moderno: Por que ele acaba em nada, ele é nada. O homem do século vinte veio a compreender isso. Leia, por exemplo, a peça "À espera de Godot", de Samuel Beckett. Durante toda essa peça, dois homens ficam ocupados numa conversa trivial e tediosa, enquanto esperam chegar um terceiro, que nunca aparece!

E nossas vidas são assim, Beckett está dizendo: Nós simplesmente matamos o tempo esperando o quê? Não sabemos. Num trágico retrato do ser humano, Beckett escreveu outra peça, em que a cortina se abre revelando um palco cheio de lixo. E, por trinta longos segundos, a platéia olha, em silêncio, para aquele lixo. Então a cortina se fecha. Isso é tudo.

Os existencialistas franceses Jean-Paul Sartre e Albert Camus também compreenderam isso. Sartre retratou a vida em sua peça "Sem saída" como o inferno. A última linha da peça são as palavras de resignação: “Bem, continuemos com isso”.

Por isso, Sartre escreve em outro texto sobre a “náusea da existência." O homem, ele diz, está perdido em um barco sem leme, num infinito mar.

Camus também via a vida como absurda. A vida, ele disse, é como um homem condenado pela eternidade a rolar uma rocha colina acima, só para vê-la rolar colina abaixo de novo. De novo, de novo, de novo e de novo... No fim do seu curto romance "O Estranho", o herói de Camus descobre num lampejo de compreensão que a vida não tem sentido e que não existe um Deus que lhe dê sentido.

O bioquímico francês Jacques Monod pareceu ecoar esses sentimentos quando escreveu em sua obra "Acaso e necessidade": “O ser humano finalmente sabe que está sozinho na indiferente imensidão do universo.” Portanto, se Deus não existe, a própria vida se torna sem sentido fundamental. O ser humano e o universo não têm sentido fundamental.

Segundo, a vida é sem valor fundamental.
Se a vida termina no túmulo, não faz diferença se você viveu como um Stalin ou como um santo. Como o escritor russo Fiodor Dostoievsky disse: “Se não há imortalidade, todas as coisas são permitidas”.

Com base nisso, um escritor como Ayn Rand está totalmente correto em louvar as virtudes do egoísmo: Viva totalmente para si mesmo! Você não deve satisfações a ninguém! Na verdade, seria tolice viver de qualquer outra forma, porque a vida é curta demais para desperdiçá-la agindo por algo que não seja interesse próprio. Sacrificar-se por outra pessoa seria burrice.

Mas o problema torna-se ainda pior. Porque, mesmo que houvesse imortalidade, se não há Deus, não há um padrão absoluto de certo e errado. Tudo o que temos, nas palavras de Jean-Paul Sartre, é "o fato nu e sem valor da existência." Os valores morais são subprodutos socioculturais do processo evolutivo ou meras expressões de gosto pessoal.

Num mundo sem Deus, quem dirá quais valores são corretos e quais são errados? Quem julgará que os valores de um Adolf Hitler são inferiores aos de uma Madre Teresa?

O conceito de moralidade objetiva perde todo o sentido num universo sem Deus. Não pode haver certo nem errado! Mas, isso significa que é impossível condenar guerra, opressão, brutalidade ou crime como maus. Pelo mesmo motivo, também não podemos louvar fraternidade, igualdade, amor e altruísmo como bons. Porque, em um universo sem Deus, bem e mal não existem. Existe apenas "o fato nu e sem valor da existência", e não há ninguém para dizer que você está certo e eu errado.

E, terceiro, a vida é sem propósito fundamental.
Se a morte nos espera de braços abertos no fim do curso da nossa vida, para que fim ela foi vivida? Tudo foi a troco de nada? Não há razão para a vida? Não há propósito algum para a raça humana? Será que ela simplesmente desaparecerá algum dia perdida no esquecimento de um universo indiferente?

O escritor inglês H. G. Wells anteviu essa perspectiva. Em seu romance "A máquina do tempo", o viajante no tempo de Wells avança para o futuro, para descobrir o destino do ser humano. Tudo o que ele encontra é uma Terra morta, com a exceção de alguns liquens e musgos, orbitando um gigantesco sol vermelho. Os únicos sons são o sopro do vento e o gentil marulhar das ondas do oceano. Com exceção desses sons sem vida, escreve Wells, o mundo estava em silêncio. Silêncio? Seria difícil descrever como tudo estava quieto. Todos os sons do homem, o balido das ovelhas, o canto dos pássaros, o zumbir dos insetos, a agitação que forma o pano de fundo das nossas vidas - tudo havia passado. E assim o viajante no tempo de Wells voltou.

Mas para o quê? Meramente, para um ponto anterior na mesma corrida sem propósito em direção ao esquecimento. Quando eu, ainda não cristão, li o livro de Wells, pensei: “Não! Não! Não pode terminar assim!” Mas essa é a realidade em um Universo sem Deus. Se não há Deus, o fim será esse, gostemos ou não: não há esperança, não há propósito.

Isso me recorda dos versos assustadores de T.S. Eliot: É assim que o mundo termina. É assim que o mundo termina. É assim que o mundo termina: Não com uma explosão, mas com um gemido. Se não há Deus, nossa vida não é qualitativamente diferente da de um cão. Sei que isso é duro, mas é verdade.

Como disse o antigo escritor do livro de Eclesiastes: O destino dos filhos dos homens e o destino das bestas é o mesmo. Como morre um, assim morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de vida e nenhuma vantagem tem o homem sobre as bestas, porque tudo é vazio. Todos vão para o mesmo lugar. Todos procedem do pó e ao pó tornarão.

Nesse livro, que se parece mais com uma peça da literatura moderna existencialista do que com um livro da Bíblia, o autor mostra a futilidade de prazer, riqueza, educação, fama política e honra em uma vida destinada a terminar na morte. Qual é seu veredicto? “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade!”

Se a vida termina no túmulo, não temos um propósito fundamental para viver. Espero que você comece a entender a gravidade das alternativas à nossa frente. Porque, se Deus não existe, tudo o que nos resta é o desespero. A vida não teria nem sentido, nem valor, nem propósito.

E é por isso que a pergunta da existência de Deus é tão vital para a humanidade. Infelizmente, a maioria das pessoas não parece perceber esse fato. Por isso, elas continuam cegamente em seu caminho como se nada tivesse mudado.

Recordo-me da história contada por Friedrich Nietzsche, o grande ateu do século XIX que proclamou a morte de Deus. Nietzsche conta a história do louco que, nas primeiras horas da manhã, entra no mercado com um lampião na mão, exclamando: “Procuro Deus! Procuro Deus!” E, como muitos à sua volta não creem em Deus, ele provoca muitos risos. "Talvez Deus tenha saído em uma viagem ou emigrado!", eles riem.

Então, eles os provocam e zombam dele. Então, escreve Nietzsche, o louco para no meio deles e crava-lhes o olhar: “Onde está Deus?”, ele grita. “Eu lhes direi. Nós o matamos, vocês e eu. Todos nós somos seus assassinos. Mas, como fizemos isso? Como pudemos beber o mar? Quem nos deu a esponja para apagar todo o horizonte? O que fizemos quando desamarramos esta terra do seu sol? Para onde ela está se movendo agora? Para longe de todos os sóis? Não estamos caindo sem parar? Para trás, para os lados, para frente, em todas as direções? Restou algum acima ou abaixo? Não estamos vagando por um nada infinito? Não estamos sentindo a respiração do espaço vazio? Não ficou mais frio? Não está anoitecendo mais e mais? Não devemos acender lampiões de manhã? Não ouvimos apenas o barulho dos coveiros que estão sepultando a Deus? Deus está morto! E nós o matamos! Como nós, os maiores dos assassinos, consolaremos a nós mesmos?”

A multidão olhou para o louco em silêncio e perplexidade. Por fim, ele joga o lampião no chão. “Cheguei muito cedo” - ele disse - “esse acontecimento incrível ainda está a caminho. Ainda não atingiu os ouvidos do ser humano.”

Você vê? O ser humano ainda não compreendera o que fizera ao matar a Deus. Mas Nietzsche predisse que, um dia, as pessoas perceberiam as consequências do ateísmo e que essa percepção iniciaria uma era de niilismo: a destruição de todo significado e valor da vida. "O fim do cristianismo”, escreveu Nietzsche, significa o advento do niilismo. Esse mais terrível de todos os hóspedes já está à porta.

Toda a nossa cultura européia está há algum tempo em movimento, escreveu Nietzsche, numa tensão torturante que está crescendo a cada década, como na iminência de uma catástrofe: sem descanso, com violência, precipitado, como um rio que quer chegar ao fim, que não reflete mais, que tem medo de refletir.

A maioria das pessoas ainda não reflete sobre as consequências do ateísmo. E, assim, como a multidão no mercado, continuam seu caminho sem saber. Mas quando entendermos, como Nietzsche, as consequências do que o ateísmo implica, e quando encararmos resolutamente o ateísmo como Nietzsche teve a coragem de fazer, sua pergunta pesará sobre nós: "Como nós, os maiores dos assassinos, consolaremos a nós mesmos?" Bem, me parece que, confrontados com essa situação, temos três alternativas.

A primeira alternativa é cometer suicídio. Encarando o absurdo da vida, devemos apenas terminá-la agora. Camus considerou o suicídio como a única questão filosófica séria: Vale a pena continuar vivendo? E, às vezes, sabemos de pessoas que responderam "não".

Hoje nos EUA, a principal causa de morte entre os adolescentes é o suicídio. Mas, para a maioria de nós, o suicídio não é a resposta. Os prazeres que a vida nós dá e o temor do desconhecido nos compelem a continuar vivendo.

A segunda alternativa é encarar o absurdo da vida e viver bravamente. O filósofo ateu Bertrand Russel disse, por exemplo, que "apenas na firme fundação do desespero inflexível pode a habitação da alma ser seguramente construída." Camus disse que devemos simplesmente reconhecer o absurdo da vida e viver em amor mútuo.

Mas o problema com essa alternativa é que é impossível viver de forma consistente e feliz nessa visão de mundo. O homem não pode viver como se a vida não tivesse significado, valor e propósito. Então, o que as pessoas subconscientemente fazem? Elas supõem que suas vidas têm significado, valor e propósito mesmo sem ter o direito de supor isso, já que o homem moderno não acredita em Deus.

E eu gostaria de olhar novamente para essas três áreas onde vimos que a vida é absurda sem Deus e mostrar como o homem moderno fracassa em viver de forma consistente e feliz nessa visão de mundo.

Primeiro, a área do significado.

Nós vimos que, sem Deus, a vida é sem significado fundamental. Porém, os filósofos continuam a viver como se vida tivesse significado! Por exemplo, Jean Paul Sartre argumentou que uma pessoa pode criar significado para sua vida livremente escolhendo um estilo de vida. O próprio Sartre escolheu o Marxismo.

Agora, esse programa é totalmente inconsistente! É inconsistente dizer, por um lado, que a vida é absurda e dizer, por outro lado, que uma pessoa pode criar significado para sua vida.

Pois, se a vida é objetivamente absurda, o ser humano está preso! Sem Deus, não pode haver significado objetivo na vida. O programa de Sartre é, na verdade, um exercício em auto-ilusão! Pois, o Universo não ganha realmente um significado só porque eu lhe dei um! E eu acho que isso é óbvio.

Pois, suponha que você dá ao Universo um significado e eu dou outro. Quem está certo? Bem, eu acho que a óbvia resposta é: nenhum dos dois.

Pois o Universo continua intrinsecamente sem significado, independentemente do que nós o considerarmos. Sartre está, na verdade, dizendo "vamos fazer de conta que o universo tem significado." E isso é apenas enganar a si mesmo.

O ponto é esse: se Deus não existe, a vida é objetivamente sem significado. Mas, o ser humano não pode viver de forma consistente e feliz, se a vida é sem significado. Então, para ser feliz, ele inventa certos propósitos e projetos para a vida e finge que eles dão significado à sua vida. Mas isso é, claramente, totalmente inconsistente pois, sem Deus, o homem e o Universo são sem significado fundamental. Voltemos agora para o problema do valor. É aqui onde as mais claras inconsistências aparecem.

Em primeiro lugar, humanistas ateístas são totalmente inconsistentes em se apegar aos valores do amor humano e da fraternidade. Camus foi corretamente criticado por inconsistentemente afirmar o absurdo da vida, por um lado, e as éticas do amor humano e da fraternidade, por outro lado. Os dois são logicamente incompatíveis.

Como um filósofo escreveu, "é impossível gerar uma ética de amor fraternal a partir de uma filosofia de niilismo." Bertrand Russel também era inconsistente, pois, embora ele fosse um ateu, Russel também foi um crítico social público, denunciando guerra e restrições à liberdade sexual. Russel admitiu que ele não podia viver como se os valores morais fossem simplesmente as expressões de gosto pessoal e que, por isso, ele achava as suas próprias visões "inacreditáveis". "Eu não sei a solução", ele confessou.

O ponto é que, se Deus não existe, então certo e errado absolutos não existem. Como Dostoievsky disse, "Todas as coisas são permitidas." Mas Dostoievsky também mostrou que o homem não pode viver assim.

Ele nos mostra isso, por exemplo, em seu romance "Crime e Castigo", onde um jovem ateu brutalmente assassina uma velha mulher. Embora ele saiba que, nas suas pressuposições, ele não deveria sentir-se culpado, mesmo assim, ele é consumido por culpa até que finalmente confessa seu crime e dá sua vida a Deus.

Na sua obra-prima "Os Irmãos Karamazov", Dostoievsky conta como um homem assassina seu pai porque seu irmão Ivan lhe contou que Deus não existe e que, portanto, não há absolutos morais. O homem diz a Ivan que, na verdade, foi o próprio Ivan que assassinou seu pai, pois foi Ivan que disse que os absolutos morais são ilusórios.

Incapaz de viver com as consequências lógicas de seu próprio sistema, Ivan sofre um colapso mental. O homem não pode viver como se valores morais não existissem. Ele não pode viver como se não fosse errado soldados massacrar crianças inocentes. Ele não pode viver como se não fosse errado regimes ditatoriais seguir programas sistemáticos de tortura física de prisioneiros políticos.

Ele não pode viver como se não fosse errado ditadores como Pol Pot ou Slobodan Milosevic impiedosamente cometer limpeza étnica e genocídio contra seu próprio povo. Tudo nele clama para dizer que esses atos são errados, realmente errados!

Mas, se Deus não existe, ele não pode. E, assim, ele dá um salto de fé e afirma esses valores assim mesmo. E quando ele o faz, ele revela como é inadequado um mundo sem Deus.

O horror de um Universo ateísta foi trazido a mim poderosamente há alguns anos atrás através de um documentário televisionado da BBC chamado "A Reunião."

Ele mostrava entrevistas com sobreviventes do Holocausto que haviam se reunido em Jerusalém para compartilhar suas experiências e redescobrir amizades perdidas. Agora, eu havia visitado campos de concentração na Europa e ouvido histórias do Holocausto antes e eu achei que estava livre de ser chocado por mais relatos de horror.

Mas, ouvindo essas entrevistas, eu descobri que não estava. Uma mulher, por exemplo, contou sobre como ela foi encarcerada em Auschwitz e foi forçada, por ser enfermeira, a se tornar a ginecologista de Auschwitz.

Ela notou que o Dr. Mengele colocou todas as mulheres grávidas juntas em um alojamento. E, algum tempo passou, e ela não viu mais essas mulheres. Ela fez perguntas: "O que aconteceu com aquelas mulheres que foram colocadas naqueles alojamentos?" "Oh, você não ouviu? - veio a resposta - O Dr. Mengele as usou para vivissecção."

Um rabino contou a história de uma mulher no campo que tinha uma pequena criança. Dr. Mengele queria fazer experimentos para ver quanto tempo uma criança podia sobreviver sem nutrição. Então, ele amarrou os seios dessa mulher para que ela não pudesse amamentar seu bebê. E, todos os dias, o bebê perdia peso, o que era ansiosamente monitorado pelo Dr. Mengele. Desesperadamente, essa pobre mulher tentava manter o bebê vivo alimentando-o com pedaços de pão molhados com café, mas sem resultados. Todos os dias, o bebê perdia peso e, todos os dias, o Dr. Mengele pesava o bebê para verificar seu declínio.

Então, uma enfermeira veio secretamente a essa mulher e disse, "eu trouxe uma injeção de morfina para você matar seu bebê. E você pode sair desse lugar. Eu arranjei um escape para você, mas você não pode trazer o bebê consigo." A mulher protestou, "Eu não posso matar minha própria criança!" Ela disse, "Veja, o bebê vai morrer de qualquer forma, pelo menos salve a si mesma." Então, essa mãe se sentiu compelida a tirar a vida de sua própria criança.

Meu coração estava rasgado ao ouvir essas histórias! O rabino em Auschwitz disse que era como se existisse um mundo onde todos os 10 mandamentos fossem invertidos. Mentirás! Matarás! Furtarás! A humanidade nunca viu um inferno como esse! Porém, em um senso real, se Deus não existe, então, nosso mundo é Auschwitz! Não há certo e errado absolutos! Todas as coisas são permitidas! Mas nenhum ateu, nenhum agnóstico, pode viver de forma consistente e feliz nessa visão de mundo.

Finalmente, vejamos o problema do propósito na vida. A única forma como a maioria das pessoas que nega um propósito na vida consegue viver com felicidade é inventando algum propósito para sua vida, que é auto-ilusão, como vimos com Sartre ou não levando suas visões à suas conclusões lógicas.

Por exemplo, veja o problema da morte. De acordo com o psicologista Ernst Bloch, a única forma como o homem moderno vive em face da morte é subconscientemente emprestando a crença na imortalidade que seus antepassados tinham, embora ele mesmo não tenha base para essa crença, pois ele não acredita em Deus. Bloch conclui: "Assim, essa coragem superficial se banqueteia com um cartão de crédito emprestado. Ela vive de esperanças antigas e do suporte que elas davam.”

Mas, o homem moderno não tem mais direito a esse suporte porque ele rejeita a Deus. E, para viver com propósito diante da morte, ele dá um salto de fé afirmando uma razão para viver.

Muitas vezes encontramos a mesma inconsistência entre aqueles que dizem que o homem e o Universo vieram a existir por nenhum propósito ou, apenas por acaso. Por exemplo, feministas fizeram uma tempestade de protestos sobre a psicologia sexual de Freud porque, elas dizem, é machista e degradante para as mulheres. E alguns psicologistas se submeteram e revisaram suas teorias.

Agora, isso é totalmente inconsistente! Se a psicologia freudiana é realmente verdadeira, então, não importa se é degradante para as mulheres! Você não pode mudar a verdade porque não gosta de aonde ela leva. Mas as pessoas não podem viver de forma consistente e feliz, em um mundo onde outras pessoas são desvalorizadas.

Mas, se Deus não existe, ninguém possui qualquer valor! Apenas se Deus existe podemos consistentemente sustentar os direitos das mulheres. Pois, se Deus não existe, a seleção natural dita que o macho da espécie é o dominante e agressivo. As mulheres não teriam mais direitos do que uma fêmea cabra ou galinha! Na natureza, aquilo que existe é certo! Mas quem pode viver com uma visão assim? Aparentemente, nem mesmo os psicólogos freudianos, que revisaram suas teorias quando levados às suas conclusões lógicas.

Ou, veja o comportamentalismo social, de um homem como B.F. Skinner. Essa visão leva ao tipo de sociedade imaginada por George Orwell no livro "1984" onde o governo controla e programa os pensamentos de todos. Se o cachorro de Pavlov pode ser levado a salivar quando a campainha toca, também pode o ser humano! E, se as teorias de Skinner estão certas, não pode haver nenhuma objeção moral a tratar pessoas como os ratos da caixa de ratos de Skinner enquanto elas correm pelos seus labirintos condicionados por comida e choques elétricos.

De qualquer forma, segundo Skinner, todas nossas ações são programadas! E, se Deus não existe, nenhuma objeção moral pode ser levantada contra esse tipo de programa pois o homem não seria qualitativamente diferente de um rato pois ambos são apenas o resultado de matéria + tempo + acaso. Mas, novamente, quem pode viver com uma visão tão desumana?

Ou, finalmente, veja o determinismo biológico, de um homem como Francis Crick. A conclusão lógica é que o homem é como qualquer outro espécime de laboratório. O mundo ficou horrorizado quando descobriu que, em campos como Dachau, os nazistas usaram prisioneiros para experimentos médicos em seres humanos. Mas, por que não? Se Deus não existe, não pode haver nenhuma objeção a usar pessoas como cobaias humanas.

Um memorial em Dachau diz "Nie wieder!" Nunca Mais! Mas esse tipo de coisa continua a acontecer. Foi recentemente revelado que, nos EUA pós-guerra, várias pessoas de grupos de minoria receberam, sem saber, injeções de drogas esterilizantes por pesquisadores médicos. Não devemos protestar que isso é errado, que as pessoas são mais do que apenas máquinas eletroquímicas? O resultado dessa visão é controle populacional no qual os fracos e os indesejáveis são eliminados para dar lugar ao forte.

Mas a única forma como podemos consistentemente protestar contra essa visão é se Deus existe. Apenas se Deus existe pode haver propósito na vida. E, assim, como um escritor moderno disse, "se Deus está morto, o homem também está morto." O homem não pode viver de forma consistente e feliz se a vida não tiver significado, valor e propósito. O mundo finito é insuficiente para manter uma vida feliz e consistente.

Mas isso nos leva à terceira e final alternativa: Desafiar a visão de mundo do homem moderno. Manter que Deus existe e que a vida possui significado, valor e propósito. Essa é a posição do Cristianismo bíblico.

O Cristianismo bíblico, assim, soluciona a situação do homem moderno. Pois, de acordo com a visão de mundo Cristã, Deus existe e a vida não acaba na cova. E, portanto, o Cristianismo bíblico fornece os dois pré-requisitos para uma vida feliz e consistente: Deus e a imortalidade.

De acordo com a visão de mundo Cristã, a vida tem significado porque a humanidade foi feita à imagem pessoal de Deus e o nosso destino é conhecer a Deus e desfrutar dEle em Seu amor eternamente.

A vida possui valor, porque a própria natureza santa e justa de Deus é o padrão absoluto de certo e errado, bem e mal. E essa natureza é expressa a nós na forma de Seus mandamentos divinos que se constituem em nossos deveres morais. E, assim, as escolhas morais que fazemos agora, nessa vida, são cheias de significado eterno.

Finalmente, a vida tem propósito. Como a declaração de Westminster diz: "O objetivo do homem é glorificar a Deus e desfrutar dEle eternamente." Assim, o Cristianismo bíblico é bem sucedido precisamente onde o ateísmo fracassa. O órfão cósmico pode voltar para casa.

Agora, eu quero deixar claro que nada disso prova que o Cristianismo bíblico é verdadeiro. Mas eu acho que deixa bem claras as alternativas que temos. Se Deus não existe, a vida é fútil. Se o Deus da Bíblia existe, a vida tem significado.

Apenas a segunda dessas duas alternativas nos possibilita viver uma vida feliz e consistente. E, assim, me parece que, mesmo que as evidências a favor e contra essas duas alternativas fossem absolutamente iguais, a coisa racional a se fazer é acreditar em Deus. Quero dizer: se as evidências fossem iguais, seria positivamente irracional preferir morte, futilidade e destruição à vida, significado e felicidade! Como Pascal escreveu, "Não temos nada a perder e a infinidade a ganhar."

Agora, vamos ouvir as suas questões e discussões.

Pergunta: Você poderia comentar sobre a questão das diferentes religiões e diferentes deuses?

Dr. Craig: Sim. O que eu disse hoje diz respeito à visão cristã sobre a vida e o mundo. Mas, o que eu disse não seria exclusivamente cristão no sentido de que incluiria qualquer visão de mundo que lhe der esses dois pré-requisitos: Um Deus pessoal, que possa ser conhecido, amado e experimentado, e a imortalidade. Então, isso seria consistente com o Judaísmo, por exemplo, e talvez o Islã também.

Não seria consistente com certas religiões orientais que negam que há um Deus pessoal e, na verdade, geralmente negam a imortalidade: o objetivo frequentemente é a auto-extinção. O Eu deixa de existir. Então, essas religiões não solucionam, eu acho, a situação do homem moderno. Mas, pelo menos as três grandes fés monoteístas que estão na tradição judaico-cristã dão os pré-requisitos necessários, eu acho, para uma existência com significado e propósito objetivos.

Pergunta: Você falou antes sobre como, sem Deus, não podemos ter direitos femininos, quando você falou sobre Freud. Como ficam os direitos animais?

Dr. Craig: Essa é uma pergunta muito, muito interessante: "Como ficam os direitos animais nisso tudo?" Eu novamente diria a mesma coisa sobre os direitos dos animais: Me parece que, na ausência de Deus, eu não posso entender como uma pessoa poderia apoiar os direitos dos animais. Porque na natureza, como eu disse, o que existir é o certo. A lei da selva governa. A única lei na natureza é a sobrevivência do mais forte.

E, se a espécie Homo sapiens decidir exterminar todas as outras formas de vida na Terra não há nada de certo ou errado nisso. É apenas a lei da sobrevivência do mais forte! Então, me parece que, novamente, apenas o teísta, apenas a pessoa que acredita em Deus, está bem embasado para defender esforços de conservação e proteção de espécies em perigo e para ter uma ética ambiental adequada.

Eu não consigo entender como um ateu ou um naturalista podem ter uma ética ambiental. Agora, tendo dito isso, eu não acho que eu construiria isso em termos de "direitos dos animais." Porque eu não acho que animais são agentes morais. Pessoas são agentes morais e animais não são pessoas.

Então, por exemplo, quando um leão mata uma zebra ele a mata, mas não a assassina. Ou, quando uma gaivota toma um peixe das garras de outra gaivota ela toma o peixe, mas não rouba o peixe. Você entende: os animais não têm deveres morais ou obrigações. Então, eu não construiria uma ética ambiental em termos de direitos dos animais em vez disso, eu a construiria em termos de responsabilidades humanas e deveres morais humanos.

Ou seja, Deus, de acordo com a narrativa da criação a Bíblia, deu ao homem o cargo de guardar a Terra, cuidar da Terra e administrá-la, como um jardineiro cuidaria de um vinhedo. Por isso, abusar da Terra e saquear seus recursos e seus animais é uma violação dos mandamentos de Deus para nós de administrar e cuidar de Sua criação. E eu acho que Deus é ferido, por assim dizer, quando Ele vê a terrível degradação que a humanidade trouxe sobre a bela natureza que Deus criou que, em Gênesis, diz que Deus olhou e viu que era muito boa.

E nós frequentemente não vivemos à altura desse mandamento da criação. Então, eu não veria isso em termos de direitos dos animais mas em termos de deveres morais humanos de cuidar dessas lindas criações que Deus criou e nos deu.

Pergunta: Sim, Sr. Craig, você disse que as três grandes religiões monoteístas, Judaísmo, Islã e Cristianismo, seriam consistentes com uma visão de mundo que reconhece Deus e que dê significado e propósito. Eu concordo, mas minha pergunta é: Porque você escolheu ser cristão, em vez de muçulmano ou judeu? O que você viu diferente no Cristianismo que você achou mais satisfatório para si mesmo ou que responde às perguntas de propósito, valor e significado? O que você viu no Cristianismo de mais satisfatório e enriquecedor do que nas outras duas religiões?

Dr. Craig: Bem, eu acho que você não vai se surpreender se eu responder: Jesus de Nazaré. Ele foi a diferença. E Ele é quem diferencia Judaísmo e Islã do Cristianismo, entre outras coisas. Quando, como não-cristão, eu ouvi pela primeira vez a mensagem de Cristo, eu comecei a ler o Novo Testamento. Eu nunca havia lido um Novo Testamento antes. E, lendo os Evangelhos e a história de Jesus de Nazaré, eu fui absolutamente cativado por essa pessoa. As suas palavras tinham um toque de verdade. Havia uma sabedoria ali que eu nunca havia encontrado antes. E a sua vida tinha uma autenticidade que não era característica de muitas pessoas que diziam ser seus seguidores em nossa cultura, que se declara cristã. Eu fiquei simplesmente cativado por Jesus de Nazaré.

E, quando eu entendi a mensagem do Novo testamento: que eu era pecador e, por isso, separado de Deus, isso soou verdadeiro em minha vida. Eu senti que, embora eu acreditasse que havia um Deus lá fora que existia, que eu não tinha um relacionamento pessoal com Ele, Ele era uma entidade distante e desconhecida para mim. E, ao olhar para meu próprio coração, eu podia ver a escuridão interior, o egoísmo moral e o egocentrismo.

Então, eu não tive nenhum problema com o que eu li no Novo Testamento, que dizia: "Todas as pessoas são pecadoras e se afastaram da glória de Deus." Eu entendi o amor de Cristo, e isso me atraiu: a noção de que o próprio Deus, em seu Filho, morreria na cruz como sacrifício por meu pecado, para que eu pudesse ser reconciliado com Ele. E, mais do que tudo, a noção de que, através de Cristo, eu podia chegar a um relacionamento pessoal com Deus.

Que Deus podia tornar-se uma realidade pessoal e viva em minha vida, como um Pai amoroso. Isso foi tremendamente apelativo. Então, ao ler o Novo Testamento e ler livros cristãos por um período de seis meses, eu estava convencido de que é verdade. E, desde então, nada do que eu tenha lido ou estudado mudou minha mente sobre isso.

Quando olho, por exemplo, para o Judaísmo, eu acho que o Velho Testamento aponta para Jesus como o Messias judeu. Eu acho que acreditar em Jesus é a coisa mais judaica que uma pessoa pode fazer. Quando eu leio o Alcorão, eu vejo que o retrato de Jesus no Alcorão eu acho que é historicamente impreciso. Foi escrito 600 anos depois dos eventos e foi demonstrado como lendário em muitos aspectos.

Enquanto os documentos do Novo Testamento foram escritos na primeira geração, enquanto as testemunhas oculares estavam ainda vivas dando, assim, um retrato mais preciso de quem foi o Jesus histórico. Então, por essas razões, eu acredito que a declaração do Cristianismo de ser verdadeiro é acurada. Então eu me considero entusiasticamente cristão.


Autor: WILLIAM LANE CRAIG




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