O SIGNIFICADO DO PERDÃO
Perdoar é um dos atos básicos da fé cristã, pois, a nossa entrada na vida que Jesus Cristo nos ofereceu,
só foi possível porque recebemos perdão de nosso Deus e Pai.
Ele nos perdoou, mediante a obra de seu Filho feita na cruz, em nosso favor.
Amor e perdão sempre caminham juntos.
“Deus é amor”, é a mais formosa definição que a Bíblia apresenta.
E a maior prova do seu amor para conosco foi perdoar todos os nossos pecados. Porque ele nos ama,
ele nos perdoou. Perdoar é um atributo de Deus.
Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um sentimento, nem depende de nossa vontade ou emoção.
A Palavra declara:
“sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus, em Cristo vos perdoou” (Efésios 4.32);
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha queixa contra outrem.
Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3.13).
Quando Deus nos perdoou, pôs um fim à situação desastrosa em que nós nos encontrávamos,
pois, estávamos condenados à morte como conseqüência do nosso pecado de desobediência.
Ele nos chamou para uma nova vida, onde o amor e o perdão sempre têm a sua máxima expressão.
Perdoada a nossa ofensa, o relacionamento amoroso que nos une ao Pai Eterno foi restaurado (reconciliação).
Diante desse ato de misericórdia e amor imerecido devemos, do mesmo modo, estender perdão a todo aquele que nos ofender.
O perdão de Deus deve gerar em nosso coração o desejo de perdoar incondicionalmente, tal como Ele fez conosco.
Perdoar significa deixar de considerar o outro com desprezo ou ressentimento.
É ter compaixão, deixando de lado toda a idéia de vingar-se daquilo que foi feito ou pelas conseqüências que sofremos.
A base sobre a qual exercitamos o perdão
A base para o ato de perdoar é o completo e livre perdão que recebemos do Pai.
Assim como ele nos perdoou, nós perdoamos. Como filhos de Deus o perdão que expressarmos, deve ser análogo ao seu perdão –
“perdoando-vos uns aos outros como, também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4.32), ensina o apóstolo Paulo.
É inconcebível viver sob o perdão de Deus sem perdoar ao próximo.
Quando Jesus ensinou os seus discípulos a orar, ele colocou um pedido ao Pai:
“perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores” (Mateus 6.12).
É esse espírito de perdão que deve permanecer em nós. Se o Pai, antecipadamente,
nos perdoou, quando não éramos merecedores, em gratidão ao seu amor perdoador, nós devemos,
também, perdoar aos que nos ofendem. O perdão deve ser uma característica do nosso viver cristão.
Se o amor perdoador de Cristo foi sacrificial (Jesus morreu por nós), da mesma forma o nosso amor deve se expressar dando-nos,
em amor, por aquele que nos ofendeu.
Quando devemos perdoar
Há dois momentos, em especial, que o perdão deve se expressar:
- No momento em que fomos atingidos - injuriados, maltratados, ofendidos, perseguidos, etc. – O exemplo de
Estevão mostra que ele perdoou no mesmo momento da agressão recebida (Atos 7.60) –
“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado”.
Apedrejado até a morte, ele não pensou em si, pensou na situação dos agressores diante de Deus – perdoou-os e rogou por eles.
Eis, aí manifesto o mais elevado e magnífico espírito cristão de perdão.
Este primeiro mártir da fé cristã imitou o Senhor Jesus que orou na cruz:
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34).
– Quando aquele que ofendeu pede perdão – Devemos estar preparados para perdoar, tão logo nos
for solicitado o perdão. Deve ser uma atitude imediata e sem guardar ressentimento algum.
Isso se expressará mais fácil na medida em que amadurecemos em nossa vida espiritual.
O perdão tem de ser um ato de nossa vontade disciplinada.
Ele não é um sentimento, nem é facultativo. Ele resulta de colocar a nossa vontade sob a vontade de Deus.
Quantas vezes devemos perdoar
Essa foi a pergunta que Pedro fez a Jesus.
A resposta do Senhor trouxe algo novo, demonstrando que já não estamos sob a Lei, estamos sobre a Graça de Deus.
“Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Sete vezes?
Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21,22).
Se a Lei determina um número de vezes para perdoar, o Evangelho de Cristo não determina números,
determina a aplicação do amor em grau infinito.
Condição para recebermos perdão
Perdoar para ser perdoado é o ensino de Jesus:
- “se, porém, não perdoardes aos homens, as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. (Mateus 6.15).
- “Assim também meu Pai celeste vos fará, se no íntimo não perdoardes cada um ao seu irmão” (Mateus 18.35).
- “E, quando tiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que o vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas” (Marcos 11.25).
O perdão a nós mesmos
Muitas vezes, antes de podermos perdoar os outros, devemos perdoar a nós mesmos.
Habitualmente somos mais duros conosco do que com os outros. Devemos recordar que Cristo nos perdoou.
Mateus 22.39 nos ensina:
“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Precisamos sentir que ele nos ama e já nos perdoou. Para que isso ocorra, devemos lembrar a posição em que Deus já nos colocou:
“nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2.6).
Precisamos nos ver como somos, aos olhos de Deus e não segundo os nossos incorretos sentimentos.
Em Cristo está a nossa vitória.
O valor do perdão
Perdoar é essencial ao nosso bem estar interno e ao testemunho externo da igreja.
Sem esta prática as daninhas ervas da amargura, do ódio e do ressentimento
impedirão de que representemos ao mundo, integralmente, o caráter de Jesus o nosso Senhor e Salvador. Amém.
Autor: Erasmo Ungaretti
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